O mês da juventude é uma iniciativa mundial que tem como objetivo celebrar os jovens e sua importância para o futuro. É um momento para refletir sobre os desafios e oportunidades que os jovens enfrentam, e para promover a inclusão e a participação juvenil na sociedade. No Brasil, esse ano, foram comemorados os 10 anos do Estatuto da Juventude:
O Estatuto da Juventude foi fruto de muita batalha e negociação coletiva. Ele precisa ser comemorado e vivido plenamente pela juventude em seus direitos mais básicos. É a mudança de uma visão de país e cidade que coloca o jovem no centro do debate público (Prieto, chefe interina da UNICEF) .
Apesar de alguns avanços na busca de melhorar os direitos dos jovens, sabemos que eles enfrentam uma série de desafios no Brasil, como a falta de oportunidades de emprego, a violência, a desigualdade social e a falta de acesso à educação e à saúde.
Sendo que nos últimos anos, um grande desafio tem se mostrado cada vez mais presente na vida deles: as dificuldade em relação à saúde mental. Há um ano falamos deste tema e infelizmente precisamos continuar chamando atenção para este problema:
Segundo uma pesquisa Datafolha conduzida no final de 2022, 80% dos brasileiros entre 15 e 29 anos experimentaram algum problema de saúde mental. Os sintomas mais comuns incluíam pensamentos negativos (66%), dificuldade de concentração (58%) e crises de ansiedade (53%).
Ainda, dados do Unicef indicam que quase 16 milhões de jovens entre 10 e 19 anos na América Latina apresentam algum transtorno mental, equivalendo a cerca de 15% dessa faixa etária.
Dada a proporção dos números, é importante pensar em saúde mental como um problema psicossocial, ou seja, não é problema de indivíduo apenas. Obviamente, que o atendimento e ajuda especializada individual são extremamente importantes, porém os números de adoecimento apontam para um fenômeno social. E nesse sentido é necessário mudanças que impactem o ambiente onde estes jovens vivem:
A crença predominante sobre os problemas de saúde mental é que são puramente internos e, portanto, as soluções podem ser terapia ou medicação. No entanto, o que estamos ouvindo dos e das jovens é que os principais motores do sofrimento emocional são externos – causados pelos ambientes em que vivem. Alguns estressores externos incluem a pobreza, a violência física e/ou sexual e normas de gênero que impedem as meninas de alcançarem suas aspirações e os meninos de expressarem suas emoções ou buscarem apoio (Plan International).
Assim, combater a pobreza extrema como a HAJA nos chama a fazer todos mês, dar acesso a saúde, educação e oferecer oficinas aos jovens para que possam viver um futuro mais digno impacta diretamente na saúde mental dos jovens, sem esquecer, obviamente, que a HAJA também oferece apoio psicológico e social a juventude que frequenta o projeto.
Além disso, é preciso prevenir maiores adoecimentos, além do combate a desigualdade, um estudo realizado pela Plan International que ouviu jovens do Brasil, Índia e Quênia concluiu que:
Usar formas criativas de envolver os jovens e as jovens em conversas sobre saúde mental, bem-estar e estilos de vida saudáveis pode ser a chave para apoiar a saúde mental adolescente. Concentrar-se em comportamentos de risco de DCNT (tabagismo, uso nocivo do álcool, sedentarismo, dietas pouco saudáveis e poluição do ar) e apoiar os/as jovens para ter agência e usá-la para adotar estilos de vida saudáveis é uma estratégia preventiva vital.
Na HAJA, sempre acreditamos que o acolhimento e a troca são fios condutores do respeito e da construção de uma relação genuína com a comunidade. Percebemos que muitas vezes os jovens precisam de olhar e escuta atentos, sem julgamento, mas que ofereça esperança, uma possibilidade de futuro digno, onde possam usar suas potencialidades. E nesse mês esse é o convite do nosso projeto, chamar toda nossa rede para olhar e contribuir para que os jovens saiam das estatísticas de adoecimento e possam não só sentir, mas viver realmente a esperança. Participe!
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