Se você nos acompanha, já sabe que a missão da HAJA é o combate à extrema pobreza. Dentre os pilares que sustentam esse grande desafio se encontra o desenvolvimento econômico. Esse pilar se torna cada vez mais complexo tendo em vista o triste recorde brasileiro desse ano de 2021.
No último trimestre o país atingiu a marca de 14,7% de desempregados de sua força de trabalho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao todo são 14,8 milhões de pessoas sem emprego. E somam se ainda, 6 milhões de pessoas classificadas como desalentadas, definidas pelo IBGE como:
Pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram trabalho por acharem que não encontrariam. Vários são os motivos que levam as pessoas de desistirem de procurar trabalho, entre eles:
não encontrar trabalho na localidade,
não conseguir trabalho adequado,
não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso, ou
não ter experiência profissional ou qualificação.
Ou seja, atualmente existe um contingente de 20,8 milhões de pessoas que gostariam de estar trabalhando. Esse é um desafio enorme para o governo e toda a sociedade, sendo essencial a união de forças de diversos setores para retomada econômica do Brasil. Com certeza, isso se passa pelo auxílio na criação de recursos para desempregados e desalentados.
Alinhada a isso, a HAJA vem desenvolvendo seu trabalho de fomento econômico de várias famílias em duas vertentes principais: uma mais estrutural e a outra mais prática. A primeira diz respeito ao trabalho que começa com a criança e com jovens através da promoção da saúde básica e da educação. Isso permite que as novas gerações cresçam com mais acesso a informações e a novos recursos.
A segunda vertente visa o lado mais prático com projetos de capacitação profissional e geração de renda. Alguns exemplos são o Projeto Tá Limpo e Vejo um Jardim, onde encontramos a Fábrica de Corações, projeto que temos a alegria de acompanhar a evolução da capacitação profissional de jovens com a marcenaria. Para isso estamos buscando equipar o projeto e dar acesso a novos cursos.
Porém é importante salientar que a capacitação profissional vai além de ter acesso a cursos:
“O processo de capacitação deve atuar na busca de competências para que, aquele que passar pelo processo, tenha instrumentos para desenvolver seus potenciais. (...) Para tanto, é importante que se trabalhem as habilidades básicas, específicas e de gestão, de modo que além do aprendizado específico para determinada profissão, se verifique a complementação do processo pelo estímulo do exercício das competências básicas, que vão desde a apresentação pessoal, aparência, auto-estima, comunicação, relacionamentos interpessoais e capacidade de se auto gerir, tomar decisões, participar de trabalho em equipe, bem como do seu processo de desenvolvimento no trabalho.” (Kon, Tavares e Rodrigues-PUC/SP)
Em um mundo onde seu valor ainda é definido pelo que você possui, a capacitação profissional é sobre geração de renda, mas também é sobre inclusão social, é sobre o acesso a identidade profissional e é sobre potencializar gerações e comunidades.
Percebemos que projetos de capacitação de renda são cada vez mais necessários, pois a economia global fica cada dia mais complexa com a evolução tecnológica. Isso significa que serão necessários profissionais extremamente qualificados para lidar com as novas tecnologias. Porém, em oposição ao “excesso” tecnológico e individualismo surgem outras demandas como o afeto, possibilitando uma nova forma de olhar para os trabalhos artesanais:
“O movimento de valorização do “feito à mão” está a verificar-se por todo o mundo. Depois de algumas décadas a consumirmos produtos idênticos e impessoais, hoje em dia o consumidor procura produtos que o conectem com a sua individualidade e singularidade, que recuperam sentimentos de pertença que, num mundo altamente globalizado, acabou por se ir perdendo” (Felipa Belo em O futuro é feito à mão).
Ou seja, a capacitação profissional deve estar atenta às transformações sociais, culturais, tecnológicas e às demandas do mercado.
A construção de pontes entre quem mais precisa e a inclusão social e econômica é um assunto de extremo valor que a HAJA possui bastante experiência. Ao longo do tempo, entendeu-se que todo projeto é desenvolvido junto da comunidade, a partir de suas necessidades e suas potências. A gente acredita que as soluções não estão fora, elas são construídas e compartilhadas junto com as pessoas que frequentam os projetos e isso é um de nossos diferenciais.
Por isso, convidamos você a conhecer a HAJA de perto, afinal são as nossas parcerias, essa grande rede, que permite a existência e evolução de todo trabalho.
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