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Neurodiversidade: a inclusão de potencialidades




A HAJA tem uma dedicação muito forte com relação à educação de crianças e jovens em nossos projetos. Acreditamos que a educação é o que irá construir novas possibilidades de futuro e oportunidades.


E ao longo desses anos anos de experiência, percebemos a necessidade dos projetos pedagógicos tratarem o estudante em sua unicidade. Isso se torna mais nítido quando passamos a conhecer o contexto e as necessidades particulares daqueles alunos taxados como "problemáticos" dentro da rede de educação formal.


Muitos estudantes possuem um contexto desafiador e que de alguma forma impactou o seu processo de aprendizagem, porém ao carregar o estigma de mau aluno, isso o afasta da educação e cria barreiras para que ele se sinta pertencente a este ambiente. Assim, é importante resgatar a autoestima desse aluno com acolhimento e reaproximá-lo de uma educação emancipatória que faça diferença real em sua vida.


Outros alunos possuem particularidades neurológicas que nunca foram olhadas de perto ou investigadas, eles são muitas vezes excluídos por não terem acesso às adaptações necessárias para o desenvolvimento de suas habilidades. E é isso que o movimento da neurodiversidade vem nos fazer refletir.


O termo neurodiversidade foi criado pela socióloga australiana Judy Singer, entre 1998 e 1999, e seu intuito foi de promover a igualdade e a inclusão do que ela chama de "minorias neurológicas". A pesquisadora e também portadora da síndrome de Asperger — um estado do espectro autista, que tende a ter maior adaptação social que os demais espectros — defende que o autismo não é uma doença em si, mas uma forma neurológica diferente de se funcionar. Assim o que termo pode ser descrito da seguinte forma:

“Neurodiversidade é a noção de que condições neurológicas diferentes do “padrão” são variações naturais, ou seja, são parte da diversidade humana. Elas não se devem a uma tragédia, um “desequilíbrio cerebral” ou a uma “limitação”. São apenas conexões neurais diferentes"(Fonte: CONEDU).

Tendo isso em vista, o movimento da neurodiversidade se inicia a partir de reinvindicações dos chamados autistas de alto desempenho, como Singer, mas vai abranger uma multiplicidade de condições neuroatípicas. Como pode-se observar abaixo:

"Pessoas consideradas neurodivergentes podem ter variações cognitivas como transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo (espectro de transtornos que geralmente se manifestam em dificuldades no convívio social, comportamento repetitivo e, em alguns casos, ansiedade e TDAH), dislexia (transtorno de aprendizagem que dificulta leitura e escrita) ou dispraxia (transtorno neurológico de coordenação motora que envolve dificuldade em pensar e movimento planejado, segundo associação de especialistas no tema)".(Fonte: BBC)

Nesse sentido, a neurodiversidade vai propor que pessoas autistas, portadoras de TDAH, dislexia, Síndrome de Tourette (e outros), por exemplo, não precisam ser curados, e sim compreendidos e respeitados em suas diferenças.


Essa nova percepção vai ser cada vez mais importante, pois passa-se a olhar não só para as dificuldades de pessoas neurodivergentes, mas para suas potencialidades. Atualmente, sabe-se, por exemplo, que no TDHA a pessoa possui habilidades acima da média como criatividade, capacidade de raciocínio viso-espacial e até um hiperfoco.


No autismo, nota-se destacada capacidade de memória e inúmeras habilidades específicas desenvolvidas de acordo com os gostos como música, xadrez, também possuem uma alta capacidade de compreensão verbal. De forma semelhante, tem-se na dislexia uma criatividade e habilidade empreendedora bem acentuada, assim como raciocino visual e grande de capacidade de contar histórias. Esses são alguns dos aspectos a se destacar dentre muito outros.


Com isso, o movimento vai defender que as escolas e os ambientes de trabalho conheçam e valorizem essas potencialidades, ao invés de excluí-los da sociedade como ainda se percebe nas altas taxas de desempregos entre os neurodivergentes e na exclusão escolar de muitos alunos. Estão a provar, ainda, que há muitas vantagens em personalizar o ensino e as posições profissionais para pessoas com capacidades diversas. É o que muitas empresas, especialmente na área de tecnologia têm descoberto:


"Uma pesquisa feita em 2016 pelo National Institute of Economic and Social Research (NIESR) alerta que quando uma empresa adota políticas e práticas que ajudam as pessoas com essas condições a trabalhar e crescer dentro do ambiente de trabalho, ela consegue alcançar melhores resultados, alta performance da equipe e ainda contribui para bons índices de saúde organizacional. Em uma contribuição para o site do Fórum Econômico Mundial, Nahia Orduña, gerente sênior em Analytics e Integração Digital da Vodafone, explicou, inclusive, que pessoas neurodiversas possuem habilidades essenciais para a era digital". (Fonte: PUCPR)

Obviamente, que para além das vantagens de se incluir pessoas neuroatípicas nos espaços sociais, o acesso à educação e ao emprego é um direito que garante a dignidade humana e precisa ser respeitado.


Por isso, a HAJA sabe da importância de acompanhar os movimentos e os novos conhecimentos que geram inclusão, pois esse é um dos valores que defendemos. É preciso estarmos atentos ao que pode parecer uma dificuldade de aprendizado e se tornar um estigma para o aluno. Pois, com acolhimento, conhecimento e cuidado é possível destacar o que existe melhor em qualquer ser humano e ninguém merece menos que isso, e é o que a neurodiversidade vem nos mostrar. Esteja com a gente na inclusão de todos a uma existência digna!



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