Setembro está terminando e com ele a campanha Setembro Amarelo que coloca luz a prevenção do suicídio, mas o trabalho da campanha é o ano inteiro. E é sempre importante lembrar que o suicídio é um fenômeno humano complexo e multideterminado. Isso significa que não há um fator único que explique a morte por autolesão.
Assim, apesar de ser um problema de saúde pública e do âmbito da saúde mental, existem uma série de fatores que se convergem e se combinam para se concretizar o ato. Fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, ambientais, econômicos e culturais que fazem parte de um tema que ainda é considerado tabu e cheio de estigmas.
Por isso, profissionais da saúde, hoje, lutam para o que o suicídio seja debatido com responsabilidade para diminuir tanto sofrimento silencioso e, assim, ajudar a salvar vidas. Daí a importância da campanha, conversar e saber conversar sobre. Mas, se por si só, o tema já é um tabu, esse silêncio tóxico sobre o suicídio infanto-juvenil é ainda maior.
“As palavras infância e morte, que parecem dissonantes, têm caminhando cada vez mais juntas, por causa dessa questão delicada que é também uma questão de saúde pública: o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e tem crescido também entre crianças de 5 a 14 anos, no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).”
Fechar os olhos para um assunto tão difícil, não é solução, por isso, vamos manter a comunicação aberta para entender o que pode ajudar a prevenir a morte por autolesão infanto-juvenil:
Em primeiro lugar é preciso cuidar da criança desde o pré-natal, onde deve ser dado apoio físico, mental e social a gestante.
Em segundo lugar, é importante dar atenção à saúde mental da mãe no puerpério e nos primeiros anos de vida da criança. Pois um bom vínculo mãe e bebê é uma das maiores medidas protetivas da saúde mental infantil.
Ter um lar afetuoso e acolhedor onde possa haver acolhimento das emoções e demais questões afetivas, também promove maior saúde na família como um todo. A boa relação familiar e o envolvimento dos pais e/ou cuidadores é essencial para se ter o sentimento de pertencimento, tão importante para os seres humanos.
Devemos pensar, também, em um ambiente livre de violência doméstica e ambiental, abuso de álcool e drogas, assim como assédio, abuso sexual e trabalho infantil.
Outro ponto é cuidar para que ela frequente uma educação inclusiva, e uma escola sem bullying ou atenta a ele e ao cyber bullying que aumenta vertiginosamente.
Nesse sentido, importante estar atento e não deixar a criança sem supervisão virtual, a internet pode tanto ajudar com boas informações como atrapalhar caso encontre influências perigosas.
Não guardar armas em casa, estudos indicam que não ter o acesso a elas é um dos componentes de proteção contra autolesão.
Cuidar da alimentação e saúde física é também medida protetiva da saúde mental infantil. Dar acesso a uma dieta variada e uma alimentação e hidratação sem riscos.
Ter acesso a profissionais da saúde como pediatras, dentistas e, especialmente a serviços de saúde mental como psicólogos e psiquiatras (quando necessário).
Cuidar para que a criança não viva nenhum tipo de preconceito social, de raça, cor ou religião. E este é um trabalho de todos nós.
Manter uma comunicação aberta e dar educação de saúde mental ajuda todos a saber como lidar com o sofrimento e assim ajudar.
Por fim, em especial, mesmo diante de muitos desafios e direitos violentados, uma criança deve poder sonhar e ter alguém ao seu lado que a ajude a ter esperança na vida.
A esperança ativa, aquela que movimenta para ação é saúde e vida, acaba sendo grande auxiliar da saúde mental de todos, mas sem sombra de dúvida das crianças. Eles necessitam, mesmo que não sejam muitas pessoas, pelo menos uma que possa apoiá-la a si enxergar como uma pessoa inteira e repleta de futuro e vida. Isso, com certeza, protegerá sua saúde mental e a dará direito de concretizar seus sonhos.
E talvez, não precisasse dizer, mas são todos esses 12 pontos que a HAJA trabalha diariamente. A proteção da criança e o apoio a ela é nossa base e propósito maior. Ajudá-la a sonhar e dar acesso a ferramentais econômicos, sociais e afetivos nos move.
Acompanhe nossas ações, especialmente, no próximo mês, o das crianças, e nos ajude a promover e valorizar a vida infantil. Se preferir, participe agora, é só clicar aqui.
E se precisar souber de alguém precise de ajuda, vamos deixar canais disponíveis, logo abaixo.
Onde pedir ajuda?
Centro de Valorização da Vida (CVV) 188 https://cvv.org.br
Mapa da Saúde Mental Lista de locais com atendimento voluntário online e presencial https://mapasaudemental.com.br
Pode Falar Canal de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos https://www.podefalar.org.br
Serviços gratuitos de psicologia de universidades
Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) No buscador, digite Caps e o nome da sua cidade. Ex.: CAPS Duque de Caxias
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